sábado, 7 de junho de 2008

Apelo sexual na nova propaganda da C&A

Vocês já viram a última propaganda da C&A? Com o jingle “Papai e Mamãe não! No Dia dos Namorados, surpreenda!”, a campanha tem gerado a maior polêmica... os mais puritanos acreditam que a propaganda está incentivando a juventude a ter um comportamento sexual irresponsável e até mesmo denegrindo os valores familiares. Segundo o portal de notícias O Globo, Instituto Brasileiro de defesa do Consumidor chegou a pedir hoje ao Conar a suspensão da propaganda. De acordo com o IDEC, a propaganda viola muitos artigos do código de defesa do consumidor e do próprio Conar.


Eu, particularmente, não enxergo nada demais nessa campanha. Na verdade, eu acho que essa propaganda, de maneira meio tosca, incentiva a galera a inovar, a sair da mesmice... O que é perfeitamente compreensível para uma loja de departamentos que quer atingir o público jovem, que naturalmente apresenta características de transgressão, revolução. Não há esse apelo sexual, esse “alto conteúdo erótico” que os órgãos reguladores insistem em criticar.

Para acessar a carta com o pedido de providências do Idec, na íntegra, clique aqui.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

OMS quer proibir propaganda de cigarro

Depois das restrições nas propagandas de cerveja, agora é a vez da proibição às propagandas de cigarro.

A Organização Mundial da Saúde pediu hoje que os governos proíbam qualquer tipo de propaganda, mesmo indireta, do cigarro. Amanhã, dia 31 de maio, vai ser comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco, que este ano vai ter como foco a juventude.

O objetivo é proteger 1,8 bilhão de jovens no mundo, que na ótica da OMS, são a parcela da população mais vulneráveis às táticas das campanhas das empresas de cigarro. A Organização acredita que quanto mais expostos os jovens estiverem à publicidade do tabaco, mais provável é que comecem a fumar.

Mas não estou convencida de que apenas a proibição das propagandas vai diminuir o consumo. Até porque vai ser difícil acabar com as propagandas indiretas do produto. Por propagandas indiretas, entende-se desde filmes em que os atores aparecem fumando até a produção de artigos como roupas, bolsas e chinelos que utilizam marcas e logotipos da indústria do tabaco.

Segundo estudos, a maioria das pessoas no mundo começa a fumar antes dos 18 anos, e deles, quase uma quarta parte antes dos 10. Sendo assim, a indústria do tabaco opta por lançar sua publicidade nos meios acessíveis aos jovens, como cinema, internet, shows e eventos esportivos.

A OMS calcula que, se não forem tomadas providências, cerca de 500 milhões de pessoas terão morrido por causa do consumo do tabaco até o final deste século.

Se você fuma, mas não quer fazer parte desta estimativa, aqui vai uma dica. O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Combate ao Fumo, está disponibilizando o tratamento do tabagismo pelo SUS. O procedimento consiste no suporte medicamentoso e apoio psicológico aos fumantes. Na Bahia, profissionais de 26 municípios já foram capacitados para fazer o atendimento, oferecendo inclusive tratamento com adesivos e gomas de mascar de nicotina.

De acordo com reportagem divulgada hoje no A Tarde Online, o vice-coordenador do Programa Estadual de Controle do Tabagismo da Secretaria Estadual de Saúde, Francisco Hora, diz que o Estado oferece o suporte completo para o fumante abandonar o vício.
Aproveite, pois o tabaco é a principal causa evitável de morte no mundo.

Leia mais:
Dia Mundial Sem Tabaco: jovens são alvo de campanha anti-tabagismo
Cerco fechado para o fumo
População apóia fim dos fumódromos, aponta pesquisa

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Escândalo de Ronaldo vira propaganda

E não é que o caso Ronaldo continua gerando repercussão, mesmo depois de semanas? Depois que ele resolveu dar uma puladinha de cerca e acabou num motel com travestis, a mídia não pára de bater nesse assunto. É claro que os publicitários, que não são bobos nem nada, estão aproveitando a ponga.

Primeiro foi a campanha publicitária da marca de lentes de contato Varilux que satirizou o caso, dizendo: "Para não levar André por Andréia, use Varilux". (Pra quem não sabe, o traveco mais afetado e causador de toda a polêmica chama-se André Luís Albertino, vulgo Andréia)

Agora é a nossa velha conhecida Bombril que vai se aproveitar da polêmica. No novo anúncio, que vai ser veiculado nas principais revistas semanais do Brasil, o garoto-propaganda Carlos Moreno (sim, ele está de volta!) vai representar Ronaldo e advertirá os consumidores: “Não leve gato por lebre”!

Pra quem não está a par dos acontecimentos, eu dou uma forcinha.
Após bate-boca com travestis, Ronaldo vai para delegacia no Rio
Delegado conclui inquérito sobre confusão de Ronaldo com travestis
Sites de jornais italianos publicam confusão de Ronaldo com travesti

E para se divertir, uma charge sobre o escândalo:

terça-feira, 6 de maio de 2008

Maradona na seleção brasileira

Dando uma passeada pelo blog do Duda Mendonça, citado no post anterior, encontrei uma propaganda que é realmente sensacional e merecedora de todos os prêmios que ganhou na época em que foi exibida.

Foi a propaganda do Guaraná Antártica, veiculada durante a Copa de 2006, em que mostrava o jogador argentino Diego Maradona vestido com a camisa da seleção brasileira. Essa propaganda teve um repercussão imensa no mundo todo e, em apenas nove dias de exibição, teve mais de 380 mil acessos no Youtube.



Veja comentário do próprio Duda, a equipe de trabalho e o making off da propaganda no Blog do Duda.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Duda Mendonça estréia blog

O famoso e polêmico publicitário baiano, Duda Mendonça, estreou um blog, na semana passada, que fala sobre “marketing político, propaganda e um pouco de conversa fiada”. Segundo Duda, a experiência de ter um blog pode ser muito divertida. “Aqui pretendo botar pra fora tudo que penso, tudo que acho, tudo que acho que sei. Quero falar sobre as coisas que gosto de fazer e, sobretudo, da minha profissão de publicitário e de marketeiro político”, salienta.

Já que estamos em fase de campanha política, Duda Mendonça pretende aproveitar o momento para contar suas experiências, dar alguns conselhos a candidatos e seus assessores, relatar fatos interessantes e mostrar peças publicitárias - falando da sua importância e explicando seus objetivos estratégicos.

Só no primeiro fim de semana, o blog contabilizou mais de 5 mil acessos e a audiência ainda deve crescer a partir de agosto, por causa do clima das campanhas eleitorais. Vamos acompanhar.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

"Precisamos entender o que as pessoas querem, antes mesmo que elas digam" - entrevista com Ricardo Montenegro

Poucos jovens têm convicção da carreira que querem seguir na hora de prestar vestibular. Este, no entanto, não foi um problema para o estudante Ricardo Montenegro. Com 21 anos e a apenas alguns meses de concluir a faculdade, Ricardo já sabia desde criança que “Publicidade e Propaganda” seria o curso que iria lhe acompanhar pelo resto de sua vida. Num bate–papo via e–mail, Ricardo fala sobre o mercado da publicidade no Brasil, a importância da formação universitária e o que um publicitário precisa ter para ser bom em seu segmento.

* Jurandir Maciel, presidente do Sindicato dos Publicitários do Rio Grande do Sul, disse certa vez que "os melhores publicitários brasileiros não têm diploma de publicidade". Você concorda com essa afirmação?
É verdade, publicitários como Nizan Guanaes e Duda Mendonça não possuem diploma universitário. Mas temos que levar em consideração a época em que eles começaram suas carreiras. Não havia tantas teorias e cursos na área como há hoje. Quando aparece um campo novo e pouco explorado, é preciso que haja alguém talentoso o suficiente para dar o primeiro passo. O que seria da Medicina se Hipócrates não tivesse "metido as caras"? Mas, não acho legal esse tipo de insinuação, pois desmerece jovens, como eu, que estão começando agora e procuram, dar o melhor de si na publicidade. E ai eu pergunto: Há outra forma de se começar hoje em dia, sem que tenhamos um diploma ou sejamos conhecidos de alguém bastante influente?

* A universidade é importante em que aspecto?
A universidade agrega valores e ensina fundamentos teóricos que esclarecem muitas coisas que, talvez, demorasse muito tempo para serem adquiridos somente com a prática. Porém, acho que a prática é mais importante do que a teoria, nessa área principalmente. O ideal seria aliar os dois.

* E como é o curso de Publicidade e Propaganda? Existe a prática efetiva dentro da faculdade?
Durante o curso, somos colocados sempre em contato com a realidade, para buscar casos reais que possamos resolver. A parte teórica também é importante e, mais à frente, pode fazer a diferença. Mas, o que nos faz realmente entender como o universo publicitário funciona, é uma agência. Esta é nossa verdadeira escola.

* Alguns especialistas acreditam que o mercado publicitário brasileiro anda muito frágil e os bons tempos estão prestes a declinar. O que você acha disso?
Eu discordo. Acho que houve sim um declínio nas novas formas de se fazer propaganda, mas já está se tomando providências. O mercado elevou seu faturamento em 2007, comparado ao ano anterior, e segue firme e forte.

*E como anda o mercado publicitário na Bahia hoje?
O mercado baiano ainda é restrito, não há muito investimento em propaganda. E as agências locais são as grandes culpadas pelo receio que os empresários têm em investir na comunicação publicitária. Ao invés de se preocuparem em dar resultado, algumas agências preferem empurrar mídias caras, como o outdoor e o jornal, sem se preocupar realmente com os resultados dos anunciantes - que deveria sempre estar em primeiro plano. O importante não é aparecer a qualquer custo, e sim, aparecer da maneira certa, no lugar certo e para as pessoas certas.

* Foi abordada recentemente, no blog, a questão das restrições do Conar em relação às campanhas de cerveja. Como você enxerga a atuação do Conar para o meio?
Não condeno a atuação do Conar, acho que precisa haver órgãos fiscalizadores em qualquer lugar. Até porque não se deve liberar geral, senão vira bagunça.

* Quando a publicidade é anti-ética?
Essa questão é bastante relativa. O principal na propaganda é você sensibilizar as pessoas, passar de forma clara o produto, sem ofender as pessoas ou ideologias de forma esdrúxula. O importante é ter criatividade e princípios para isso.

* O que um publicitário precisa ter para ser bom, em seu segmento?
Como um iniciante nessa área, eu diria que o importante é não ficar parado, é ir atrás de coisas novas, ler o máximo que puder, seja anúncios, livros, revistas, ou qualquer material que enriqueça a forma de agir e pensar.Precisamos entender de tudo, saber o que está acontecendo no mundo, falar com todo tipo de gente, das mais diversas culturas e procurar sempre entender o que se passa na cabeça das pessoas... Precisamos entender o que elas querem, antes mesmo que elas digam.

* Quem são os maiores publicitários brasileiros?
No Brasil tem inúmeros publicitários brilhantes. Mas eu tenho uma admiração muito grande pelo Washington Olivetto e pelo Roberto Dualib, talvez por serem redatores, área em que atuo. Eles têm sacadas muito raras. Os outros publicitários que não citei aqui, estão bem representados por eles dois. #

Confira abaixo dois vídeos de autoria de Ricardo Montenegro.

VIOLÊNCIA URBANA


JEITINHO BRASILEIRO

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A publicidade no Brasil

A publicidade surgiu no Brasil no início do século XX, quando foi criada uma nova categoria profissional - a do corretor de anúncios, que intermediava anunciantes e veículos. Desde então, o mercado publicitário brasileiro vem crescendo e consolidando-se no hall das melhores do mundo. O Brasil sempre está com um pézinho no renomado Festival de Cannes, trazendo prêmios para casa.

Desde o início das postagens, venho mostrando diversas campanhas de sucesso de publicitários brasileiros.
Mas como será que estes profissionais são formados? Como será que anda os cursos de Publicidade e Propaganda no Brasil? E na Bahia?
Para criar propagandas precisa-se, necessariamente, que se tenha um diploma de publicitário?

Bom, como vocês sabem, apesar de me meter a besta e falar sobre propagandas, meu curso é Comunicação Social - Jornalismo. E, para tentar responder a estas questões, nada mais justo que convidar um estudante do meio, interado no assunto. Então, em breve, postarei aqui no blog uma entrevista com Ricardo Montenegro, estudante de Publicidade e Propaganda da Unifacs.

Se vocês tiverem dúvidas, perguntas ou observações sobre o assunto, podem enviar para o blog ou para o e-mail mayana_ms@hotmail.com, e, ainda esta semana, teremos as respostas. Aguardem!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A fórmula mágica das propagandas de cerveja

Mulheres gostosas, pouca roupa, curtição, azaração. E, no final, claro, aquela zoadinha: “tsshhh”... A latinha, ou a garrafa, abrindo. Por que será que as propagandas de cerveja são todas iguais?

A resposta é óbvia: porque essa é a fórmula que dá certo, que funciona. Depois que os publicitários perceberam que o consumo de cerveja está intimamente ligado ao gênero masculino, não teve pra ninguém. Eles passaram a jogar com artifícios do próprio universo dos homens e começaram a explorar imagens de mulheres seminuas e de jogadores de futebol. Os consumidores de cerveja, então, passaram a se identificar com o produto, pois as gostosonas que apareciam nas propagandas representavam o ideal de mulher que os homens gostariam de ter (ou pelo menos, “pegar”), e os jogadores e artistas bem-sucedidos revelavam os homens que eles próprios gostariam de ser.


Mas em pouco tempo começaram os problemas. Movimentos feministas e religiosos deram início a uma enxurrada de processos contra as marcas de cervejas que, a cada nova campanha, banalizavam mais a imagem da mulher. Pais desesperados começaram a reclamar que as propagandas estavam influenciando seus filhos a consumir cerveja cada vez mais cedo. Acidentes no trânsito, ligados à ingestão do alcoól, intensificaram-se. E, por aí vai.

O Conar, Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária, teve que intervir, pois as propagandas (que faziam cada vez mais sucesso) estavam se tornando cada vez mais politicamente incorretas.

As restrições para as propagandas de bebidas alcoólicas mudam com freqüência, mas todas visam evitar que o governo proíba a veiculação das mesmas. Conforme nota do post anterior, a partir do dia 10 de setembro deste ano, novas normas reguladoras entrarão em vigência.

Entre essas regras, muitas são de proteção à criança e ao adolescente. Será proibido, por exemplo:
*a veiculação de imagem de qualquer pessoa que tenha, ou pareça ter menos de 25 anos de idade;
*a utilização de linguagem, recursos gráficos ou audiovisuais pertencentes ao universo infantil (como o sirizinho da Brahma, que fez sucesso entre as crianças com o bordão “Na-nã-nã-nã”).

A preocupação com a responsabilidade social também está presente nas novas regras. A publicidade não deverá induzir, de forma alguma, ao consumo exagerado ou irresponsável da bebida. As propagandas:
* não poderão conter cena, ilustração, áudio ou vídeo que apresente ou sugira a ingestão do produto;
* modelos publicitários não podem mais ser tratados como objeto sexual;
* não serão empregados argumentos ou apresentadas situações que tornem o consumo do produto um desafio, nem tampouco desvalorizem aqueles que não bebam;
* não será permitido utilizar uniforme de esporte olímpico como suporte à divulgação da marca.

Mas, entre todas as normas, a que mais chama atenção é a cláusula de advertência (do tipo: "evite o consumo exagerado de álcool", "beba com moderação", "aprecie com moderação") que vai passar a ser obrigatória em todos os anúncios, seja qual for o veículo.

Bom, o fato é que, depois de todas essas restrições, os publicitários vão ter que quebrar as cabeças para descobrir uma nova fórmula mágica que seduzam os consumidores alvo da cerveja...

Saiba mais:
Leia artigo: Propaganda, cerveja & Conar
Assista propagandas de cerveja nacionais e internacionais
Confira as propagandas de tv da Skol.
Leia Observatório da Imprensa sobre propagandas de cerveja e o público infantil

segunda-feira, 24 de março de 2008

Conar lança novas restrições para publicidade de bebidas

O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) anunciou recentemente que, a partir do dia 10 de setembro, entrarão em vigor novas normas para a publicidade de bebidas alcoólicas. Em suma, as recomendações do Conselho procuram reduzir bastante o apelo interativo e de indução ao consumo de bebidas. Todas as novidades encontram-se no site do Conar, nos anexos - "A" - Bebidas Alcoólicas, "P" - Cervejas e Vinhos e "T" - Ices e Bebidas Assemelhadas.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Propagandas de alimentos engordativos terão seus dias contados


“Dois hamburgers, queijo, molho especial, cebola, picles e pão com gergelim, é Big Mac!” Humm... quando ouvimos essa musiquinha dá uma vontade de ir correndo para a primeira Mc Donald´s da esquina e devorar todos os sanduíches do cardápio, né? Ainda mais por que essa propaganda geralmente vem atrelada a imagens de pessoas felizes comendo sanduíches suculentos, coloridos... Hum... se a gente fica de água na boca, imagine as crianças.

Esse é um dos motivos pelo qual o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, enviaram ontem (18) uma carta ao Presidente Lula e à alguns órgãos do país pedindo regulamentação das propagandas de alimento voltadas para as crianças. O principal objetivo da carta é pedir apoio das autoridades na adoção do código internacional sobre a promoção de alimentos não-saudáveis dirigida ao público infantil. Esta questão será defendida na Assembléia Mundial da Saúde, nos dias 19 e 24 de maio, em Genebra.

De acordo com informações do site Consumidor Moderno, o texto enviado também destaca o problema da obesidade infantil e a influência que as propagandas exercem sobre os hábitos alimentares das crianças.

Tomara que esta lei seja realmente aprovada, pois no Brasil, segundo a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o excesso de peso já ultrapassa 15% da população de meninos e meninas entre 10 e 19 anos.

Leia a carta na íntegra aqui.
Saiba mais sobre obesidade infantil.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Doritos nas estrelas*

Era só o que me faltava. Não satisfeitos com os bilhões de consumidores terrestres, a marca de salgadinhos Doritos quer ganhar o mundo. Ou melhor, o universo. De acordo com notícia publicada ontem no portal Globo Online, a Doritos pretende lançar, ainda este ano, um anúncio publicitário no espaço -- mais precisamente na Estrela Ursa Maior 47, que está situada a 42 anos-luz da Terra.

Parece maluquice né? Ainda mais que esta propaganda só deve chegar lá em 2050 e, caso os etêzinhos se interessem pelo salgadinho em questão, os fabricantes teriam que esperar mais 42 anos para receber uma resposta deles. Mas vai que eles resolvem encomendar algumas espaçonaves repletas de pacotinhos de Doritos, ou propõem montar uma fábrica da Elma Chips na tal constelação?! Nos dias de hoje, tudo é possível.

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com cientistas da Universidade de Leicester, na Inglaterra, e é apoiado pela EISCAT (European Incoherent Scatter Scientific Association), que estuda as interações dos sistemas planetários. O professor Darren Wright, do departamento de Física e Astronomia de Leicester, reconhece que esta idéia pode ser motivo de controvérsias, mas afirma que também "pode ser um teste para futuras comunicações de longo alcance e dá-nos a oportunidade de dizer ao universo que estamos aqui". O anúncio será emitido por meio de um Radar de Ultra Freqüência de 500 megahertz, com uma potência de 10.000 watts, a partir do Centro Espacial de Svalbard, no Ártico.


E quem será que foi o sortudo publicitário escolhido para divulgar seu trabalho além do espaço sideral? Ainda ninguém. Aliás, pode ser até você. A Doritos lançou uma promoção em que qualquer pessoa pode participar -- basta produzir um filme publicitário de 29 segundos para a marca. O melhor comercial será veiculado nas televisões terrestres e partirá em direção à Estrela no dia 19 de junho. Tomara que todo esse investimento não seja em vão e que, daqui a 84 anos, nossos netos possam desfrutar do prazer de compartilhar um pacotinho de Doritos com seus amiguinhos alienígenas.

Veja mais aqui.

"Heróis pela Democracia" - parte II

Ah, finalmente vi a propaganda do TSE, “Heróis pela democracia” na TV. Desde o dia 7 de março ela está sendo veiculada, mas só hoje consegui assisti-la, no intervalo do Video Show, na Rede Globo.

Como foi dito no post do dia 3, essa propaganda gerou uma polêmica danada por causa de um errinho de regência na última frase do filme. Professores de Português apontaram o erro, mas a agência responsável pela campanha, a W/Brasil, parecia não admitir a falha...

Muitas discussões depois, o fato é que a propaganda que eu acabei de assistir teve sim a bendita frase reestruturada. Ficou:

“Não desperdice o direito que eles tanto lutaram para conquistar para você".


Ponto para os professores e para a Língua Portuguesa.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Havaianas, todo mundo usa. Mesmo!

Sabe um produto que mudou sua visão de mercado da água pro vinho só por causa de uma baita campanha publicitária? As sandálias Havaianas. Hoje todo mundo, independente da sua classe social ou econômica, tem, ou já teve, um par de Havaianas em casa. Todo mundo meeesmo. Aposto que você tem uma. Eu, pelo menos, tenho uma coleção.

Mas nem sempre foi assim. As Havaianas surgiram em 1962 e, durante quase trinta anos, foram conhecidas como “chinelo de pobre”. Elas eram daquele modelo mais simples, branca com as tirinhas e o solado azuis. O primeiro garoto-propaganda das Havaianas foi Chico Anysio, ainda nos anos 70. O slogan usado era: “Não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras”.



A partir de 1994, para tentar tirar essa impressão de chinelinho peba da cabeça dos consumidores, as Havaianas resolveram investir pesado em estratégias de marketing e campanhas publicitárias. Primeiro, inovaram o produto – lançaram o modelo Havaianas Top, com cores fortes e calcanhar mais alto, para dar a impressão de que pertencia a um público de classe mais alta. Depois, veio a reviravolta dos comerciais. Começaram a veicular inúmeras propagandas estreladas por artistas bonitos e famosos. Fernanda Lima, Luana Piovani, Rodrigo Santoro, Raí, Camila Pitanga, Fábio Assunção, Reynaldo Gianechinni, Alexandre Borges, Fávia Alessandra e tantos e tantos outros. Uma lista inacabável.



Sucesso garantido. As Havaianas criaram diversos modelos de cores variadas e cada vez mais inusitadas, linha para mulher, homem, crianças, adolescentes... Todos encontravam as Havaianas ideais para o seu estilo. As sandálias que, até então, eram praticamente exclusividade do público D e E, se tornaram fashion, descoladas e passaram a vender como água para as classes A, B e C. Com o sucesso, vieram também as imitações. Mas, claro, todo mundo sabe: Havaianas, só “As Legítimas”, “Recuse imitações”.



As Havaianas ficaram famosas também internacionalmente. Para aumentar as exportações e a divulgação do produto lá fora, foi criado em 2000 o departamento de comércio exterior das Havaianas. Em 2003, todas as modelos do estilista Jean-Paul Gaultier desfilaram com sandalinhas brasileiras nos pés. Neste mesmo ano, foram produzidos modelos mais sofisticados, com os cristais austríacos Swarovski, para dar de brinde aos indicados ao Oscar. Quer mais chique que isso?



Nos últimos anos, o lucro gerado pela exportação das Havaianas quadruplicou e os países que mais compram são Estados Unidos e Austrália. Um par de Havaianas por lá chega a valer, pasmem, até 80 dólares! Ô chinelinho de pobre caro...

segunda-feira, 3 de março de 2008

TSE lança campanha com erro de português e gera polêmica

Será lançada nesta semana a nova campanha publicitária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Heróis pela Democracia”. Através de uma série de propagandas, o TSE pretende estimular jovens entre 16 e 18 anos a tirarem seu título de eleitor e comparecerem às urnas em outubro. Os filmes mostram imagens da época ditadura militar, além de figuras influentes que contribuíram para a redemocratização do Brasil, como Vinicius de Moraes, Chico Buarque e o sociólogo Betinho.

As propagandas seriam ótimas, se não fosse um possível erro de português que anda acalorando discussões entre renomados professores de português e a W/Brasil, agência publicitária responsável pela campanha. A polêmica toda gera em torno da seguinte frase:

"Heróis existem. Não desperdice o direito que eles tanto lutaram e conquistaram para você. Vote!"

E ai? Conseguiu perceber onde está o erro?
Bom, de acordo com os professores consultados pelo G1, esta frase contém um "erro grave de regência", pois quem luta, luta por alguma coisa. A opção correta então seria:

"Não desperdice o direito pelo qual eles tanto lutaram e que conquistaram para você".
ou ainda:
"Não desperdice o direito por que eles tanto lutaram e que conquistaram para você."

O pior é que esta frase aparece tanto escrita quanto falada nos filmes... Que vergonha para uma comunicação oficial do governo! Mas, pelo visto, nem a assessoria de imprensa do TSE, nem a W/Brasil parecem admitir o erro. “Não estamos dizendo que eles lutaram pelo direito, e sim que eles lutaram para conquistar o direito. Como se pode facilmente perceber, a palavra 'direito' não tem relação sintática com o verbo que vem logo depois ('lutaram'), mas sim com infinitivo 'conquistar', do qual é objeto direto. Por isso, a construção está correta.", informaram ao G1.

Os professores gramaticais, porém, continuam batendo o pé e afirmam que a frase segue errada. Supondo que o sentido fosse esse que eles queriam dar, a frase correta, na ótica dos professores, seria a seguinte:

“Não desperdice o direito que eles tanto lutaram para conquistar para você".

E por aí vai.
Resta esperar o dia 7 de março, data prevista para o lançamento da campanha, para conferir qual dos dois lados da corda finalmente venceu. Segundo o TSE, o conteúdo dos vídeos ainda pode ser modificado até o envio às emissoras.

Ficou curioso? Confira o video inicial de "Heróis pela Democracia" aqui.
E para conferir a reportagem do G1 na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Uma campanha de 1001 utilidades

Para dar o pontapé inicial nos posts, não poderia deixar de falar daquela que foi a campanha brasileira que ficou mais tempo no ar, a campanha do Bombril. O sucesso destas propagandas foi tamanho que elas entraram para o Guinnes Book, como a série de Publicidade mais longa do mundo! E não menos merecido, o nosso querido “garoto Bombril”, Carlos Moreno, também entrou para o Guinnes, como o garoto-propaganda que mais fez filmes para uma mesma marca.

Apesar de serem incrivelmente simples e não possuírem muitos elementos visuais, as propagandas Bombril foram, sem dúvida nenhuma, um marco para a história da publicidade brasileira. Com a direção de Washington Olivetto, os cerca de 350 comerciais veiculados seguem basicamente o mesmo padrão: cenário simples, com a logomarca gigantesca ao fundo, sem cortes e, o principal, o garoto Bombril falando olho no olho com os consumidores. Seguindo esta linha, os comerciais resistiram, surpreendentemente, a todos os modismos, mudanças tecnológicas e de linguagem, tanto da televisão quanto da publicidade.

Muito deste sucesso se deve ao carisma do ator Carlos Moreno, que durante 26 anos se dedicou a esta campanha. Através de pequenos textos, o garoto Bombril conseguia transmitir sentimentos positivos para o público como confiança, afinidade e simpatia. Com o passar do tempo, as propagandas foram se diversificando e o ator passou a representar inúmeros personagens, sempre com uma veia cômica acentuada. Entre tantos, podemos citar Silvio Santos, Xuxa, padre Marcelo Rossi e Tiazinha. Sem contar com algumas visitinhas de artistas famosos que passaram a figurar nas propagandas, a exemplo de Reynaldo Gianechinni e Pelé.

Para relembrar a boa e velha lã de aço de 1001 utilidades, selecionei um pout-pourri com algumas das melhores propagandas da campanha. Reparem que nas mais antigas, Carlos Moreno ainda tinha cabelo! =p

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Por que você deveria ver propagandas?

Você é do tipo que muda de canal quando a TV dá intervalo? Ou aproveita a hora dos comerciais para ir ao banheiro, beber água ou fazer um telefonema? Se sua resposta foi afirmativa para alguma das perguntas, pretendo convencê-lo a mudar este hábito a partir de agora.

As propagandas brasileiras estão se especializando cada vez mais, e hoje já estão no hall das melhores do mundo, ganhando inúmeros prêmios internacionais. Nada mais justo do que dar valor a estes trabalhos e entender um pouco mais sobre o impacto que as campanhas publicitárias exercem sobre os consumidores -- que estão cada vez mais exigentes e interativos. A comunicação, que antes era monólogo, virou diálogo, e hoje os consumidores querem mais é interagir com as suas marcas favoritas. Para tanto, as propagandas devem ser cada vez mais originais, inteligentes e inovadoras. E o Brasil tem feito isto muito bem.

A proposta essencial deste blog é analisar, discutir e apresentar as novidades das propagandas brasileiras que estiverem, principalmente, sendo veiculadas na televisão. Campanhas clássicas e antigas também estão valendo! Portanto, largue o controle remoto e faça da hora do intervalo um momento divertido de análise e crítica dos comerciais.